Apoio ao empreendedorismo visa 1.500 novas empresas
Empreendedorismo, digitalização e eficiência energética das empresas
estão contempladas no Plano Nacional de Reformas, apresentado esta
tarde.
O Governo promete apoiar 1.500 novas empresas através de medidas de
apoio ao empreendedorismo. Esta é uma das metas de promoção e inovação
na economia portuguesa, inseridas no Programa Nacional de Reformas.
É neste contexto que o Executivo se compromete ainda a incentivar a
digitalização da actividade económica, impondo como objectivo alcançar
12 mil empresas. O reforço da eficiência energética nas empresas é outro
dos alvos.
No capítulo da internacionalização da economia, o Executivo pretende
reforçar a captação de investimento directo estrangeiro, nomeadamente em
actividades de inovação, bem como capacitar as empresas nacionais para
integrarem as denominadas ‘global value chains’, adequando o perfil de
especialização à procura externa.
Durante o período de governação, António Costa espera apoiar 5.100 empresas pelas medidas de internacionalização.
terça-feira, 29 de março de 2016
Ex-consultor de Cavaco é o novo director-geral da Cotec
Jorge Portugal, engenheiro e especialista em inovação e empreendedorismo,
é o sucessor do economista portuense Daniel Bessa, que saiu em ruptura.
A associação empresarial Cotec anunciou esta segunda-feira que o seu
novo director-geral é Jorge Portugal, que desempenhou até há pouco tempo
funções como consultor para a inovação do ex-presidente da República
Aníbal Cavaco Silva.
Com formação académica na área da engenharia e
um MBA pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, Jorge
Portugal sucede assim ao economista Daniel Bessa, que se demitiu em
Fevereiro do cargo que ocupava desde 2009.
Em entrevista recente ao Jornal de Negócios,
Bessa reconheceu que "correu mal a relação com o presidente da Cotec",
Francisco de Lacerda, e esse foi o motivo que o levou a deixar a
associação.
Jorge Portugal é docente na Universidade Católica e
Universidade Europeia, para as áreas do Empreendedorismo, Inovação e
Internacionalização e, antes de ser consultor de Cavaco Silva, passou
pela Sonae e pelo BES, em funções ligadas às áreas de desenvolvimento
comercial, qualidade de serviço e marketing.
Como consultor para a
inovação “manteve um contacto directo com a realidade empresarial
portuguesa e acompanhou de forma permanente a actividade da Cotec ao
longo dos últimos dez anos”, refere o comunicado divulgado pela
associação empresarial fundada em 2003.
Trata-se de uma nomeação
que “marcará um novo ciclo da associação”, afirmou Francisco Lacerda,
presidente da direção da Cotec, citado no comunicado. “Na última década
[Jorge Portugal] esteve próximo das empresas, das suas reais
necessidades e ambições”, referiu o também presidente executivo dos CTT,
que espera agora o “desenvolvimento e implementação de acções” que
aproximem as empresas e as universidades e uma “actuação assertiva junto
das políticas públicas nacionais e europeias “.
“Queremos avivar o
espírito fundador e pioneiro da Cotec, enquanto associação de mérito e
reputação reconhecida, com capacidade de influência e networking”, referiu, por sua vez, o novo director-geral da Cotec, que conta com 370 associados.
A
associação é presidida por Francisco Lacerda desde Junho do ano
passado. Lacerda, que foi eleito para um mandato de três anos,
substituiu no cargo João Bento.
Em entrevista recente ao PÚBLICO, Francisco Lacerda
sublinhou que, no seu mandato, a Cotec pretende "potenciar uma rede em
que se aproximam as grandes empresas das PME e a ligação às
universidades". Portugal evoluiu muito na investigação científica, mas
ainda está "aquém do potencial quando se fala em traduzir esse
conhecimento para produtos que as empresas desenvolvam e comercializem
nacional ou internacionalmente", disse o gestor.
Segundo Lacerda, a
Cotec deverá também fazer valer a sua "posição ímpar" graças ao
patrocínio institucional da Presidência da República e à "proximidade
aos vários governos" para "reflectir sobre incentivos à inovação e com
isso tentar promover políticas públicas".
sexta-feira, 25 de março de 2016
Secretário de Estado inaugurou centro de inovação empresarial de Santarém
Foi num ambiente de entusiasmo que o secretário de Estado da
Indústria veio inaugurar, no sábado, o Centro de inovação empresarial de
Santarém. Muito contribuiu para este entusiasmo a presença do
secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, que antes de entrar
para o governo foi o mentor do Startup Lisboa, hoje considerado um caso
de sucesso à escala internacional, e que valeu a João Vasconcelos ser
apelidado pelo Expresso de secretário de Estado Startup.
Respirava-se empreendedorismo na inauguração do CIES – centro de
inovação empresarial de Santarém que funciona no edifício da antiga
porta de armas da Escola Prática de Cavalaria. Na visita participaram,
além do secretário de Estado, uma numerosa comitiva de empresários,
autarcas e deputados do distrito, dirigentes do IAPMEI, IEFP, Instituto
Politécnico de Santarém, entre outros.
“O senhor secretário de Estado é um profundo conhecedor desta área, e na
sua vida profissional demonstrou uma grande sensibilidade pelo
empreendedorismo”, disse a presidente da Nersant – Associação
Empresarial da Região de Santarém, Salomé Rafael, deixando também o
“reconhecimento à Câmara de Santarém, pela sua visão e pragmatismo que
permitiram iniciar este projeto em 2013, com um investimento de 150 mil
euros financiado pelo QREN que permitiu recuperar este espaço da EPC que
ficará agora ao serviço das empresas da região”.
A Nersant pretende que este seja um espaço onde os empreendedores podem
receber apoio técnico, recorrer a mentoria, partilhar questões,
encontrar parceiros, ter formação, procurar financiamento, capacitar-se e
acelerar o seu projeto. A presidente da Nersant disse ter encontrado na
Câmara Municipal de Santarém “um interlocutor exemplar, que nunca
receou trabalhar em parceria, e que sempre valorizou as mais-valias que
cada um dos parceiros pode trazer a este projeto”.
Salomé Rafael revelou que estão a decorrer conversações com a Câmara de
Santarém para ocupar uma outra ala deste edifício da ex-EPC para acolher
mais 32 gabinetes destinados a empresas em fase de arranque e
consolidação, projeto que foi objeto de candidatura ao financiamento do
PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano. Referiu ainda o
projeto que está a ser desenvolvido em parceria com a Câmara e a CIMLT
para a reabilitação dos centros históricos.
Salomé Rafael salientou o trabalho já realizado pela Nersant no apoio à
criação de empresas na região: nos últimos 3 anos foram analisadas 1.380
ideias de negócio, das quais 117 só este ano, foram apoiados 319 planos
de negócios, ajudando a criar 281 empresas das quais 17 criadas este
ano. Estas novas empresas representaram um investimento de 4,3 milhões
de euros e criaram 413 postos de trabalho.
A presidente da Nersant aproveitou a presença do secretário de Estado da
Indústria na inauguração da Startup Santarém, para manifestar a sua
esperança de que as verbas que faltam pagar do anterior quadro
comunitário de apoio (QREN) e as do novo Portugal 2020 “possam chegar
rapidamente às empresas, ajudando a alavancar a economia regional e
novos projetos empresariais”.
Salomé Rafael apontou ainda a “falta de capitalização” como um dos
principais problemas com que as empresas se debatem diariamente. Apesar
de saber que o Governo está a trabalhar nesse campo, a dirigente da
Nersant confessou estar “expectante” sobre as medidas anunciadas,
“nomeadamente sobre os instrumentos financeiros direcionados para a
capitalização das PME e para o investimento em startups.
O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, devolveu os
elogios à Nersant e disse acreditar que, com o contributo de projetos
como este, Santarém vai ser uma das cidades médias do país que mais vai
crescer nos próximos anos. O presidente da Câmara aproveitou a presença
do secretário de Estado para reclamar a melhoria das acessibilidades às
freguesias do norte do concelho – Alcanede, Amiais e Abrã – , cujas
empresas representam uma faturação anual de 1.500 milhões de euros.
“O arranjo da estrada nacional 362, que custa cerca de 13 milhões de
euros, é fundamental para melhorar a acessibilidade no concelho e
permitiria aumentar em 15% o volume negócios destas empresas do norte do
concelho”, disse o autarca.
“Parabéns, por este trabalho bem feito”, disse o secretário de Estado
da Indústria, João Vasconcelos, considerando que “Santarém é um
distrito com vontade de agarrar e abraçar o futuro, e é um bom exemplo
que vamos replicar noutros distritos do país”. Para o secretário de
Estado, “é difícil encontrar um melhor exemplo – dinamizado entre
câmara, empresários e administração central – onde vale mesmo a pena
aplicar dinheiro público. Isto é o que eu chamo de um projeto bem
feito”.
Sublinhou que o Governo está sensibilizado para essas questões, e
recordou que quando tomou posse tinham sido pagos 4 milhões de euros às
empresas no âmbito do Portugal 2020; nos primeiros 100 dias do novo
Governo esse valor atingia já os 130 milhões de euros. “Comprometemo-nos
a pagar 100 milhões em 100 dias, ultrapassámos esse número e até final
do ano esperamos ter libertado 350 milhões de euros para as empresas do
atual quadro comunitário de apoio.
Neste momento, “metade do novo emprego em Portugal é criado por empresas
com menos de cinco anos, e quando a prioridade de todos é a criação de
emprego, estas jovens empresas passam a ser uma prioridade”, disse João
Vasconcelos, falando, entusiasmado, da nova geração de empresas que está
a surgir em Portugal: “Estão a abrir 3 novas empresas por cada uma que
encerra, e esta nova geração de empresas carateriza-se por exportar
mais, ser mais ambiciosa, com mais criatividade, inovação e design e
respeito pelo meio ambiente.
O presidente da AIP – Associação Industrial Portuguesa, José Eduardo
Carvalho deixou também grandes elogios ao secretário de Estado,
afirmando que “dá gosto trabalhar com ele”, e que “os empresários vão
gostar do trabalho que vai fazer no Governo”.
Recorde-se que João Vasconcelos foi mentor do Startup Lisboa, uma
incubadora criada na capital pela Câmara Municipal e que ajudou a elevar
a cidade a “start-up city”. Em três anos, passaram pela Startup Lisboa
mais de 200 projetos de negócio que criaram mais de 700 postos de
trabalho diretos.Com base nesta experiência de sucesso, “o Governo
lançou recentemente a iniciativa Startup Portugal, com 15 medidas muito
concretas que pretendem levar ao resto do país o que Santarém já está a
fazer”, disse o governante. Trata-se de um programa de apoio à criação
de novas empresas ligadas à tecnologia e inovação, que pretende levar o
espírito inovador dessas empresas a sectores tradicionais da nossa
economia”. João Vasconcelos afirma que este é o plano mais ambicioso de
apoio ao empreendedorismo de sempre. As medidas do programa de apoio ao
empreendedorismo estão acessíveis em http://startupportugal.com
terça-feira, 22 de março de 2016
A maior competição de empreendedorismo jovem do país está de volta
A BET Ventures e o Banco BIG junta-se, para a quarta edição do BET24, a
competição para acelerar ideias de negócio e apoiar o empreendedorismo
jovem. A data: 9 de abril.
O BET Ventures, com cinco anos de existência, conta já com mais de 40
startups apoiadas, mais de dois milhões e meio de euros de investimento
angariado e mais de mil participantes em eventos que lançaram startups
de sucesso como são os casos da Uniplaces, Followprice, ChicbyChoice, e
ainda a Clickly.
O evento conta com quatro desafios, 10 workshops e 12 oradores com histórias de sucesso em 24 horas de puro empreendedorismo.
Direcionado para empreendedores dos 18 aos 30 anos, os participantes
podem-se inscrever num dos quatro desafios da competição: quer tenham
uma ideia de negócio, uma startup já criada, uma ideia de
empreendedorismo social ou ainda com foco no desenvolvimento de
estratégias de marketing para startups, resolvendo problemas reais.
Em cada desafio, e em grupo, os projetos são submetidos à avaliação
de um painel de jurados e para as melhores ideias, estão reservados mais
de 12 500 euros em prémios.
Para todos os participantes está ainda garantida a participação nos
workshops de apoio ao desenvolvimento empresarial e 12 oradores
convidados, entre eles, Tim Vieira, empresário e investidor do Shark
Tank Portugal, Miguel Santo Amaro, CEO da Uniplaces, e Marcus Borner,
CEO da startup alemã Optiopay.
A competição tem duas fases, de 12 horas cada, a decorrer no próximo dia
9 de abril na Universidade Católica Portuguesa e a 7 de maio,
dividindo-se entre a Fundação Calouste Gulbenkian e o Palacete Henrique
de Mendonça na Universidade Nova de Lisboa.
sexta-feira, 18 de março de 2016
Rui Moreira. “O Porto é empreendedor por excelência” Só o UPTEC já apoiou mais de 370 projetos e permitiu a criação de mais de 1800 empregos "altamente qualificados", diz o presidente da câmara. O Porto “é uma cidade empreendedora por excelência”, diz o presidente da autarquia, Rui Moreira. Que destaca os mais de uma centena de centros de investigação, públicos e privados, com parcerias estabelecidas com instituições internacionais como o MIT ou Harvard, mas também a única filial do Fraunhofer Gesellschaft, o maior instituto de investigação europeu, que desenvolve projetos de fronteira em áreas que cruzam as Tecnologias de Informação com a Saúde. Coube a Rui Moreira encerrar a conferência de lançamento da segunda edição do Prémio Inovação NOS. Que começou por destacar a inovação tecnológica e económica na cidade do Porto, mas também a da dimensão humana, em que a “inovação resulta do equilíbrio de forças entre criatividade e realidade”. Sobre o empreendedorismo e a vontade da cidade em apoiar esse espírito criativo, o presidente da autarquia sublinhou que o Porto “centenas de startups” localizadas quer nas 20 incubadoras da cidade, quer nos “numerosos espaços de coworking que não param de surgir”. Só o Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, UPTEC, apoiou já, desde o seu arranque em 2007, o desenvolvimento de mais de 370 projetos empresariais, que permitiram a criação de 1800 postos de trabalho “altamente qualificados”, refere o autarca. Que cita um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e que mostra que, nos seus cinco primeiros anos de operação, o UPTEC teve um impacto no PIB de “mais de 30 milhões de euros – 70 milhões na atualidade, diz Rui Moreira -, gerando receitas fiscais de mais de seis milhões e exportando para mais de 120 países”. Mas não basta apoiar o empreendedorismo e a inovação, é preciso criar condições para que os projetos cresçam. “Na Câmara Municipal do Porto temos presente um paradigma mais sustentado do desenvolvimento das empresas. Queremos que estas startups escalem e se transformem em empresas internacionalmente competitivas”, afirma. E é neste sentido que surgiu o ScaleUp Porto, uma estratégia de promoção do crescimento das startups. Uma parceria com a InvestPorto e que concede apoio para a instalação das empresas em espaços de grande dimensão na cidade, mas também pretende apoiar a internacionalização, mediante a criação de uma rede de cidades para scaleup – Manchester, Eindhoven e Helsínquia – “que partilham a mesma visão e estratégia”. O ponto de partida desta rede, sublinhou o autarca, será a conferência ScaleUp for Europe, que decorrerá em maio no Porto. Acrescentando que a autarquia está a trabalhar numa plataforma de capacitação em gestão para as startups “muito focada em transformá-las em scaleups”.
quinta-feira, 17 de março de 2016
Estudo Zaask: Maioria dos empresários não sabe quais os apoios ao empreendedorismo
A Zaask e a Universidade Católica realizaram
um estudo sobre a competitividade regional. Uma das conclusões é que a
maioria dos empresários desconhece a existência de programas de formação
para pequenos empreendedores.
A Zaask,
uma plataforma online de contratação de serviços ao nível local,
inquiriu cerca de 1.300 microempresas portuguesas e realizou um estudo
com a Universidade Católica sobre a competitividade regional.
Neste âmbito, uma das conclusões é que a maioria dos empresários
considera a situação económica do país negativa. Por outro lado, e em
relação à situação das empresas, apenas 11% dos inquiridos considera que
tem uma boa situação financeira. "Cerca de metade dos empresários
aponta que a mesma pode melhorar durante o ano de 2016", diz o
comunicado.
"A maioria dos empresários classifica a situação actual da empresa como razoável (53%) e 37% consideram-na má ou muito má. As
empresas da Região Autónoma da Madeira, Santarém e Bragança são aquelas
que avaliaram a sua situação financeira de forma mais negativa", acrescenta o documento que foi remetido às redacções.
As conclusões do estudo indicam ainda que há "algum optimismo no que
respeita à sua situação futura: cerca de metade dos empresários
considera que a situação poderá melhorar (um pouco ou muito) ao longo do
ano".
Sobre os programas de formação para pequenos empreendedores, a
maioria dos empresários desconhece a sua existência. De acordo com este
estudo, 76% dos inquiridos não conhece estes programas. Além disso,
dentro do universo das empresas que estão familiarizadas com estes
programas, 19% "reconhece a existência dos programas [mas] não tem
conhecimento da quantidade oferecida anualmente".
Entre as conclusões do estudo está também o facto de serem "poucos os
empresários que desaconselham a instalação de um novo negócio no seu
distrito". Porém, 42% dos inquiridos assinalam que têm uma postura
imparcial. Vila Real e Aveiro são os distritos onde é mais fácil lançar um negócio, de acordo com o estudo. Estudo Nacional de Competitividade Regional
terça-feira, 15 de março de 2016
Ministro da Economia visitou Algarve e conheceu exemplos de empreendedorismo
O ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral e os
secretários de Estado do Turismo (Ana Mendes Godinho), da Indústria
(João Vasconcelos) e da Energia (Jorge Seguro Sanches) visitaram o
Algarve esta segunda-feira.
Além de Albufeira, onde Caldeira Cabral apresentou as linhas de crédito de apoio a empresários afetados pelas cheias,
os membros do governo estiveram em Faro, para se reunir com empresários
do setor do Turismo, apresentar a estratégia nacional das Escolas de
Hotelaria e Turismo e visitar a empresa Corticape, seguindo depois para
Loulé, onde ficaram a conhecer melhor o projeto Loulé Criativo Turismo, e São Brás de Alportel, onde visitaram a empresa Novacortiça.
A nova estratégia para as Escolas de Hotelaria e Turismo pretende
«relançar e reforçar o papel das escolas públicas de Turismo na
qualificação dos recursos humanos e melhoria do serviço prestado»,
segundo sublinhou o ministro da Economia.
Segundo a Câmara de São Brás de Alportel, Caldeira Cabral e Ana
Mendes Godinho ficaram a conhecer «o que de melhor se faz na região, e
em São Brás de Alportel, em particular».
A
autarquia explica que a Novacortiça é «um exemplo de empreendedorismo,
onde, ao tradicional setor corticeiro, um dos setores económicos com
mais história e mais importância no Algarve e no país, se juntou a
inovação, através de uma crescente aposta na tecnologia e
na investigação, com a criação de novos produtos, que conquistam novos
mercados, um pouco por todo o mundo, pelas mãos da Pelcor».
O presidente da Câmara Municipal Vitor Guerreiro transmitiu ao
ministro e à secretária de Estado «as grandes potencialidades da
economia são-brasense, nomeadamente do setor em crescimento do Turismo,
num território pleno de recursos naturais, com uma excelente localização
geográfica na região, que merece ser potenciada».
A Câmara Municipal acrescenta ainda que «o autarca partilhou algumas
das preocupações e dos constrangimentos que afetam empresas e
produtores».
segunda-feira, 14 de março de 2016
Mais de 800 jovens empreendedores juntam-se em Lisboa em Abril
Quinta edição da Go Youth Conference decorre entre 30 de
abril e 1 de maio e trará a Portugal empreendedores internacionais como
Adam Cheyer, fundador da Siri (vendida à Apple), ou Thor Fridriksson,
fundador do Quizup, um dos jogos mais populares da AppStore)
Realiza-se pelo quinto ano consecutivo e
tem o propósito de juntar jovens empreendedores que “podem trocar
ideias e ouvir alguns dos mais bem-sucedidos empreendedores
internacionais, assim como aprender com alguns casos de referência
portugueses”, revela a organização em comunicado.
Tiago Vidal, 21
anos, é um deles. É ele quem está a organizar mais uma edição da GO
Youth Conference, iniciativa sobre empreendedorismo jovem que lançou
quando tinha apenas 17 anos e ainda estava no ensino secundário.
Para
esta edição, que decorre no fim-de-semana de 30 de abril e 1 de maio,
estão já confirmados os repetentes Adam Cheyer, fundador da Siri
(vendida à Apple), David Noel, da Soundcloud, e Kelsey Falter,
co-fundadora e CEO da Poptip, empresa entretanto adquirida pela
Palantir. Entre as estreias, contam-se “Thor Fridriksson (fundador e CEO
do Quizup, um dos jogos mais populares da AppStore), Ryan Ozonian
(co-fundador com Mark Cuban, da start-up Cyberdust), como Roland Grenke
(co-fundador da Dubsmash) e Bastian Knutzen (co-fundador da Movinga),
dois europeus que conseguiram das maiores rondas de investimento do ano
passado, Bastian Lehmann (fundador e CEO da Postmates, uma das startups
de maior destaque hoje em dia em Silicon Valley, após levantar mais de
80 milhões de dólares) e Rohan Silva, fundador e CEO da Second Home, que
já anunciou que irá abrir operações em Portugal”, refere o comunicado.
Do
lado de quem investe, já estão confirmadas as presenças de Martin
Mignot, (Index Associates), Sheel Tyle (New Enterprise Associates),
Hussein Kanji (Hoxton Ventures) e James Wise (Balderton Capital.
Recorde-se
que a primeira edição da Go Youth, em 2012, contou com 100
participantes e 15 oradores. “Depois demos um salto e começámos a
convidar oradores internacionais, pegando nos melhores exemplos de
jovens no mundo que tenham criado empresas com sucesso. Conseguimos
trazer as pessoas mais jovens no mundo que já levantaram capital de
risco. E outros que com 20 e poucos anos levantam 15 milhões a 20
milhões de euros por cada ronda de investimentos que têm”, conta Tiago
Vidal.
Há dois anos, a segunda edição da GO Youth Conference, que
foi destacada como um dos melhores eventos para startups (empresas em
fase de arranque) na Europa pelo site de tecnologia TechCrunch, contou
com 16 oradores e a participação de mais de 400 pessoas. No ano passado,
o cofundador da Siri (vendida à Apple por mais de 200 milhões de
dólares) foi uma das presenças mais mediáticas. No ano passado, em
abril, a conferência contou com 25 oradores e acolheu 600 empreendedores
e investidores na Lx Factory, em Lisboa, durante dois dias. No evento
participaram empresários portugueses como Miguel Pina Martins
(Science4You), Miguel Santo Amaro (Uniplaces), Filipa Neto (Chic by
Choice) e António Murta (Pathena).
Esta quinta edição da GO Youth
Conference juntará empresas de sectores mais tradicionais como o têxtil
e o calçado e deverá reunir entre 800 e 900 pessoas na Lx Factory.
Além
da conferência, haverá sessões de ‘1 para 1’ (pitch the master) entre
participantes e oradores, bem como uma feira (“Portugal Showcase”) onde
startups portuguesas mostrarão os seus produtos mais inovadores.
sexta-feira, 11 de março de 2016
Portuguesa vence prémio europeu que distingue empreendedorismo no feminino
Susana Sargento foi uma das três vencedoras do Prémio Mulheres Inovadoras da União Europeia. A investigadora é uma das cofundadoras da Veniam.
O prémio atribuído à investigadora portuguesa é de 100 mil euros e a distinção é atribuída pela Comissão Europeia, que com isso pretende reconhecer ideias inovadoras no feminino.
Susana Sargento é docente do departamento de eletrónica, telecomunicações e informática (DETI), investigadora do Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro e é responsável pelo grupo de investigação Arquiteturas e Protocolos de Redes.
Para além disso é uma das fundadoras da Veniam, onde assume funções como vice-presidente para a área de engenharia. A startup portuguesa tem vindo a desenvolver uma rede veicular que já está a funcionar no Porto e a dar os primeiros passos na internacionalização, para tirar partido de parques urbanos de veículos e através deles expandir a cobertura de redes Wi-Fi.
Susana Sargento, uma das nove finalistas do prémio, é doutorada em engenharia eletrotécnica e já foi docente do departamento de Ciências de Computadores na Universidade do Porto e professora convidada na Universidade de Carnegie Mellon.
A edição de 2016 do prémio é a terceira. A distinção já tinha sido atribuída em 2011 e em 2014.
quarta-feira, 9 de março de 2016
Startup Portugal: Conheça as 15 medidas para apoiar o empreendedorismo
Uma das prioridades do Governo de António
Costa é apoiar start-ups. Por isso, lançou esta terça-feira o Startup
Portugal, a estratégia para impulsionar o empreendedorismo. Conheça as
15 medidas que integram esta estratégia.
O Startup Portugal é a estratégia do Governo de António Costa para fomentar e apoiar o empreendedorismo. São 15 medidas. Algumas estavam já no programa de Governo, outras foram reveladas apenas esta semana. Saiba quais são.
Financiamento Promoção do "equity crowdfunding" e do peer-to-peer
O
Governo quer promover a utilização destes dois meios de financiamento
de start-ups. No "equity crowdfunding" é possível investir um montante a
troco de uma participação na empresa. Há várias plataformas na Europa,
sendo que uma das mais conhecidas em Portugal é a luso-britânica Seedrs.
No
caso do "peer-to-peer" os cidadãos podem emprestar dinheiro a
indivíduos ou empresas de forma online. Duas das plataformas mais
conhecidas desta modalidade são a "Lending Club" e a "Prosper".
Fundo de co-investimento (matching fund, na expressão inglesa) para "business angels"
O ministro da Economia já tinha revelado que iam existir linhas de apoio para "business angels" que atingiriam os 60 milhões
de euros. Sabe-se agora que são linhas de co-investimento e os
formulários para que estes investidores possam candidatar-se devem ficar
disponíveis dentro de algumas semanas. Fundo de co-investimento (matching fund) para capitais de risco
Tal
como no caso dos "business angels", Caldeira Cabral já tinha anunciado
linhas de apoio a fundos de capital de risco. Neste caso, vão ficar
disponíveis 400 milhões de euros e os formulários também deverão ser
libertados em breve.
O objectivo será, sobretudo, atrair fundos
internacionais com conhecimento especializado nas áreas de investimento.
Os principais critérios para os fundos poderem beneficiar deste
co-investimento estarão mesmo relacionados com o sector em que pretendem
actuar e com o "track record", ou seja o histórico de investimentos
nessa área. A Portugal Ventures e a PME Investimento serão as
instituições encarregadas de seleccionar os fundos que podem ser
elegíveis. Call For Entrepreneurship da Portugal Ventures
A
sociedade pública de capital de risco vai manter os seus programas de
apoio a start-ups, chamados de "Call For Entrepreneurship". Porém, e
dada a criação dos instrumentos de apoio anteriores, este organismo
deverá passar a ter critérios um pouco mais rigoroso na hora do
investimento e actuar em áreas que os privados não vão chegar. As fases
muito iniciais, conhecidas por "early stage", podem ser um desses
campos, bem como, as áreas consideradas como muito inovadoras (cutting
edge).
Programa Semente
O Programa Semente é uma medida que estava já incluída no programa de Governo. Visa dar benefícios fiscais às pessoas que investem em start-ups numa fase inicial. Não deverá entrar em vigor este ano.
Aceleração de start-ups Rede Nacional de Incubadoras O Governo quer lançar uma rede nacional de incubadoras. O objectivo passa por organizar este tipo de entidades e promover, se isso se justificar, a partilha de recursos.
Rede nacional de Fab Labs
O Executivo pretende também criar uma rede nacional de Fab Labs.
Aceleradora de referência europeia
O Governo de
António Costa pretende criar uma aceleradora portuguesa de referência
europeia. No fundo, esta aceleradora pode promover no estrangeiro as
aceleradoras nacionais e captar start-ups ou projectos internacionais
para serem acelerados nas estruturas portuguesas existentes. Não se
trata assim de criar uma nova estrutura física. É a criação de uma marca
que "fala a uma só voz" quando vai ao estrangeiro promover estes
organismos. As start-ups/projectos que se candidatem terão de realizar
um programa de aceleração em Portugal.
Apoio aos empreendedores Programa Momentum
À semelhança do que acontece
com a iniciativa da Startup Lisboa, esta medida visa permitir a um
licenciado, que tenha beneficiado de uma bolsa de acção social, criar a
sua empresa. Para isso, é-lhe facilitada residência, espaço de incubação
e uma verba mensal para fazer face às despesas pessoais. Vai ser
articulado com a rede nacional de incubadoras e com as universidades.
Vales de incubação e aceleração
Os destinatários
são as empresas que podem candidatar-se a uma incubadora e custear a sua
presença. Vão, porém, ser estabelecidos limites nas incubadoras.
Startup voucher
Destina-se a jovens
universitários que estejam a terminar os cursos, ou já licenciados, e
visa que estes tenham uma verba mensal, durante alguns meses, para que
possam desenvolver o seu projecto.
Promoção e regulação Zona franca tecnológica
Criação de legislação e regulamentação que
atraia sectores inovadores. O Governo espera atrair sectores
inovadores, refere João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria,
"na sua fase mais embrionária, quando estão a ser desenvolvidos e antes
de serem projectos empresariais". Assim, quando estes se tornarem numa
empresa, possam ficar em Portugal. Programa Simplex
No âmbito do programa
Simplex, que visa modernizar a administração pública, o Governo quer
incluir medidas que alterem a forma como as empresas são encerradas. A
medida não deverá entrar de imediato em vigor. Potenciar o Web Summit
O Governo quer
potenciar a presença do evento em Lisboa. Para isso, vão ser
apresentadas várias iniciativas para que o evento não se resuma aos três
dias em que decorre. A edição deste ano tem lugar entre 8 e 10 de Novembro e é primeiro das três que vão ter lugar na capital portuguesa. Promover presença das start-ups portuguesas nos maiores eventos tecnológicos do mundo
O
Governo, no âmbito do programa Startup Portugal, quer garantir a
presença das start-ups portuguesas nos grandes eventos tecnológicos
nacionais. As empresas portuguesas já são uma presença assídua presença
nestes eventos, mas não existe uma organização. Cada uma vai
individualmente.
segunda-feira, 7 de março de 2016
Empreendedorismo dos pequenos produtores ajuda a relançar o interior
Quem o diz é o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que
defendeu este sábado que a diferenciação dos pequenos produtores pode
ajudar a valorizar e a relançar o interior do país.
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, defendeu hoje que os
pequenos produtores devem apostar na valorização e diferenciação dos
seus produtos e podem ajudar a relançar as regiões do interior.
“É
muito através destes pequenos produtores que o interior se pode
relançar”, salientou o ministro durante uma visita ao Mercado Gourmet,
que decorre no Campo Pequeno, em Lisboa, até domingo.
O governante elogiou “as pessoas que têm pequenas produções e
que, em vez de se resignarem porque não vendem em quantidade” preferem
apostar na valorização, com produtos diferenciados, ‘gourmet’ ou com
denominação de origem.
O Mercado Gourmet expõe a oferta de 145
pequenos produtores de todo o país e que vai dos queijos e enchidos, aos
doces e azeite, passando pelo vinho.
“É muito interessante esta
dinâmica de empreendedorismo que está a acontecer”, comentou Manuel
Caldeira Cabral, salientando que o empreendedorismo passa, não só pelo
conhecimento mais tecnológico, como pelo conhecimento que acompanha as
novas tendências sociais e a gastronomia, e pela recriação dos produtos
tradicionais que podem ser apresentados numa nova forma, criando mais
valor.
Adiantou ainda que o Governo quer apoiar esta dinâmica
melhorando o acesso ao crédito, dando como exemplo as linhas de
financiamento bonificadas “que vão ter um impacto grande especialmente
nestas pequenas empresas”, permitindo fazer investimentos com menor
risco.
As linhas de crédito devem ficar disponíveis para as
empresas já nas próximas semanas e terão um montante máximo de 1500
milhões de euros, com juros diferenciados.
Manuel Caldeira Cabral
afirmou-se também empenhado em simplificar o reporte das empresas,
aliviar o “esforço” que as empresas têm de fazer para cumprir as suas
obrigações fiscais e resolver os problemas na certificação de produtos.
“O
Simplex vai ajudar todas as empresas, mas isso será especialmente
sentido pelas empresas pequenas, que são as que mais sofrem com os
encargos burocráticos”, reforçou.
sábado, 5 de março de 2016
4 passos para começar um negócio hoje
Assim como dar palestras, escrever e tantas outras coisas no mundo, empreender é uma reação. Entenda por quê
Acho que a questão a seguir deve ser uma das perguntas que mais recebo –
“Bru, eu amo empreender, e queria começar um negócio hoje. O que você
faria se fosse eu?”. Normalmente, nesses casos, explico diversos passos
para se conseguir ter uma boa ideia. Tenho até tem um e-book sobre isso,
mas resolvi pensar mais praticamente ainda na questão e fazer um artigo
rápido e simples.
Em primeiro lugar, é péssimo você começar um
negócio simplesmente porque quer começar um negócio. Assim como dar
palestras, escrever e tantas outras coisas no mundo, empreender é uma
reação...
Reação?
Exatamente, você percebe um problema e
começa a querer entendê-lo mais, ver o que existe, o que já foi testado
e começa naturalmente a ter alguns insights... Porém, para te ajudar, o que eu faria?
Ache um problema significativo
As
pessoas te pagam para resolver problemas, essa é a real. Então, comece
por achar algo que realmente incomoda as pessoas, o maior número de
gente possível. Mas não cometa o gritante erro da maioria de apenas
pensar no problema e pronto. Você precisa ir atrás, conferir se ele
existe mesmo ou não, se afeta tanto ou não. É fundamental ir até onde
isso acontece e investigar. Combine com o seu talento
Eu
sou um dos grandes defensores de fazer o que se ama, mas nem sempre o
que se ama vira um grande negócio. Às vezes um hobby é apenas um hobby, e
transformá-lo em um negócio pode fazê-lo virar um negócio ruim e ainda
você pode perder uma atividade prazerosa. É legal perceber no que você é
bom e no que as pessoas te pedem ajuda, para você poder combinar com
esse problema.
Ah, mas eu não consigo...
Olha, sempre tem um jeito de combinar e se parece difícil, possivelmente será ainda mais inovador quando você descobrir algo.
Pesquise e seja diferente
Esta
é a era da inovação. Para você competir por qualidade, velocidade e
outras coisas, precisaria de grandes recursos, o que imagino não ser o
caso no momento. A melhor coisa é ver se essa sua combinação já existe,
para depois transformar a sua proposta em algo único.
Você pode ter que quebrar mais a cabeça agora, mas com certeza vai ser muito útil depois. Faça um teste rápido com o mínimo de tecnologia
Apesar
de a maioria das pessoas querer usar a internet e criar logos, sites e
aplicativos, eu diria para você criar um teste rápido que use o mínimo
possível de tecnologia, para que você descubra rápido se esse seu
talento aplicado ao problema vai realmente ajudar as pessoas. Não se
preocupe em construir algo fabuloso, se preocupe em desvendar se essa
sua combinação faz sentido, se as pessoas achariam interessante,
pagariam e se realmente resolveria seus problemas.
Você não tem noção de quantas startups maneiras eu conheço que começaram com os testes mais simples e banais possíveis.
Apenas
usando essas 4 dicas, você consegue dar um ótimo primeiro passo para
iniciar um negócio e ter mais chances do que a maioria, que normalmente
começa de qualquer jeito e sem o mínimo de estrutura. Aqui a ideia é
pelo menos orientar esses primeiros pensamentos e descobertas para
ingressar no mundo do empreendedorismo.
quinta-feira, 3 de março de 2016
Presidente do Turismo de Portugal quer dedicar "muita atenção" ao Empreendedorismo
O presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, disse hoje que o Empreendedorismo é uma área a que o instituto quer dedicar muita atenção, uma novidade, por isso, no protocolo hoje assinado com a banca para apoiar o financiamento do setor. "Muitas das questões que foram levantadas pelas associações patronais representativas do setor foram aqui aceites (no protocolo hoje assinado), enquadradas. Acho que é o protocolo mais abrangente. Estamos a falar de um protocolo que não só abrange empreendimentos turísticos, estabelecimentos de restauração, empresas de serviços associadas ao setor, e mais importante é uma novidade - e ponto de honra para nós - é um protocolo que abrange projetos na área do Empreendedorismo", disse Luís Araújo, na assinatura do protocolo com a Associação Portuguesa de Bancos para a linha de financiamento de apoio ao investimento no setor. O Empreendedorismo é "uma área a que o Turismo de Portugal, e eu particularmente, queremos dedicar muita atenção", disse o responsável na BTL - Feira Internacional de Turismo, em Lisboa, acrescentando já ter comunicado esta intenção ao ministro da Economia e à secretária de Estado do Turismo.
quarta-feira, 2 de março de 2016
Em Óbidos fervilha o empreendedorismo
Na vila medieval há um espaço colaborativo para
empreendedores, que, além de trabalharem juntos, partilham ideias e
permutam ajuda para lançar negócios e projeto.
Trabalhar em grupo num único espaço, em
que há tertúlias para fazer nascer e dar corpo a novos negócios? A ideia
está a ser posta em prática, há cerca de dois anos, em Óbidos.
As
raízes de Pedro Reis, 38 anos, o impulsionador e elemento agregador do
projeto, à Região Oeste ditaram o 'acaso' de o Colab ter arrancado ali.
Podia muito bem ter sido na Finlândia. Mas a "sorte", como refere Pedro
Reis, ditou que o início deste espaço de partilha e de negócio fosse em
Portugal, mais precisamente na vila medieval deÓbidos, paredes meias com
as muralhas, num edifício cedido pela autarquia local.
O
conceito de espaços colaborativos, onde diferentes profissionais
trabalham em grupo e se entreajudam, já não é totalmente estranho em
Portugal (há várias experiências espalhadas pelo país). Em Óbidos, o
projeto Colab reúne 15 colaboradores residentes e conta com a ajuda de
dezenas de elementos externos. Ao todo, em dois anos, "temos mais de 50
projetos e centenas de pessoas que encontraram no Colab uma forma de
tornar as suas ideias realidade", diz Pedro Reis.
Mas
o que se faz afinal no Colab e porque é que é diferente? "É um sistema
que promove a partilha de processos, incentiva a propriedade coletiva de
ideias e cria as condições para as pessoas aprenderem umas com as
outras", explica Pedro Reis. "O objetivo é criar o ambiente certo para
tornar ideias em realidade através do poder da colaboração. Estamos a
meio caminho entre o co-work e a incubadora."
A
ideia do projeto deu-se numa geografia longínqua, a Finlândia. Pedro
Reis viveu no país, onde, aliás, conheceu a sua mulher, e aí fundou, com
outras pessoas, um grupo de investigação chamado Silo, que se debruçava
sobre as questões do futuro do trabalho.
Desse
grupo surge o projeto-piloto Colab, em Óbidos, com o apoio do
município, que lhes cedeu as instalações, um edifício que foi
requalificado com apoios comunitários (através do QREN), numa obra que
custou 300 mil euros. A este prédio, onde fica a sala ampla onde os
colaboradores residentes trabalham em open space, soma-se uma
constelação de outros edifícios, onde estão alojados negócios de
empreendedores do Colab, denominado Espaço Ó.
A
proposta de alojar o projeto naquele edifício camarário foi feita ao
anterior executivo autárquico, então liderado por Telmo Faria. A reunião
que deveria ter demorado 30 minutos estendeu-se por quatro horas. No
fim, venceu a proposta que os fundadores do Colab levavam: "Um projeto
que permitisse à comunidade explorar aquele espaço."
Dois
anos depois, o balanço é positivo. "Criámos o projeto-piloto em Óbidos,
com o apoio do município, onde testámos o conceito com a comunidade
local. Agora temos mais de 50 projetos, de centenas de pessoas, que
encontraram no Colab uma forma de tornar as suas ideias realidade."
Ali
coexistem artesãos, arquitetos, designers (o caso de Pedro Reis, que
tem formação na área do desporto mas foi como designer, autodidata, que
trabalhou quase sempre), escritores, agricultores, fotógrafos, artistas
plásticos, uma 'hoteleira', entre membros residentes e os empreendedores
que participam, sobretudo, nas reuniões semanais, que, além de
promoverem brainstormings, servem para fazer o ponto de situação dos
projetos que estão em andamento. Ao todo, estão ligadas ao Colab à volta
de duas centenas de pessoas, adianta Pedro Reis.
No
Espaço Ó há uma livraria/café, uma padaria com forno a lenha, um ateliê
de artes plásticas e uma loja com vários produtos dos 'empresários' do
Colab, como um kit para construir um candeeiro, que beneficiou da ajuda
do grupo com uma nova imagem e marca, ou as rendas de bilros
transformadas em acessórios de moda, como brincos e pulseiras, feitos
pelas mãos de uma artesã com 79 anos. Há quem opte por 'residir' no
espaço do Colab, em regime de partilha de espaço, e para isso paga 70
euros por mês, com direito a ocupar uma qualquer área de trabalho de que
necessite para desenvolver os seus projetos, acesso à Internet e chave
do edifício para fazer os horários que entender. Ser membro do Espaço Ó
esporádico custa 10 euros mensais. E há, por exemplo, artesãos que só
trabalham a troco de tarefas ou de produtos, ou seja, não há dinheiro
envolvido nas transações, informa Pedro Reis. Além desta contribuição,
os negócios instalados no Espaço Ó pagam também uma percentagem das suas
vendas, de forma a colmatar as despesas e a ser possível continuar a
investir nestas instalações.
A
incubadora de empreendedores já gerou negócios que correm agora com vida
própria e total independência do Colab, como é o caso dos bolos Capinha
de Óbidos, que fizeram renascer uma receita com 130 anos, ou do Gelado
da Terra, cujo negócio, sobretudo ao nível do marketing, beneficiou
muito da experiência e ajuda colaborativa dos membros do Colab.
Um
dos negócios mais recentes está a ser desenvolvido na casa do forno. O
cheiro a pão fresco, feito com a ajuda e perícia de D. Regina, é o
cartão-de-visita do JamonJamon, uma casa de tapas que nasceu da vontade
de um jovem casal, o português André, 25 anos, e a espanhola Sol, 26
anos. Não têm mãos a medir, mas o trabalho não os assusta. Sol adora
meter as mãos na massa e a D. Regina assevera que falta pouco para
deixar a aprendiz por conta própria. André estu dou Gestão Hoteleira e
Sol fez Marketing e Publicidade. Conheceram-se em Leiria, por causa do
programa de intercâmbio de estudantes Erasmus, que trouxe a espanhola
até Portugal. Estavam sem dinheiro e a perder a esperança quando surgiu a
oportunidade de se instalarem no Espaço Ó e lançarem o negócio próprio
com que sonhavam. "Está a correr bem", diz Sol, apesar das muitas horas
diárias de trabalho contínuo.
Já
Helena Paulo, 52 anos, ganhou não só um novo negócio como outra
esperança. A florista explorava uma residencial, junto à loja de flores,
e o negócio do alojamento estava a decair. Com dois filhos, sentia-se
sem saídas. O Colab ajudou-a a transformar o negócio num renovado
hostel, onde, com um investimento muito reduzido, deu a volta aos
quartos, que ganharam beliches e cores claras.
Até o filho mais novo,
que não se interessava pelo negócio, está lá a ajudá-la no Hostel Casa
do Arco. Revê-se no conceito e no tipo de clientes, sobretudo
estrangeiros e jovens como ele, comenta a mãe. O anúncio e recomendações
no TripAdvisor já lhe trouxe hóspedes de diferentes geografias, como
Alemanha, Inglaterra e até Japão.
Reuniões semanais
André, Sol e Helena são três dos membros que participam nas reuniões
semanais do Colab. O ambiente informal domina estes momentos de
partilha. O objetivo é não só tomar o pulso aos projetos que estão em
desenvolvimento como lançar novas ideias. E arranjar soluções, entre
todos, para melhorar cada um dos negócios. Há vários grupos que se
juntam para diferentes projetos, com elementos que se desdobram para dar
resposta a várias solicitações. Os membros do Colab não recebem
salário, esclarece Pedro Reis: "Pretendemos que nunca o haja, em vez
disso pagamos em tarefas (horas despendidas), de forma a manter o
espírito de participação e uma estrutura mais simples." Porém, Pedro
admite que isso possa ter de mudar. "Durante a fase inicial, no primeiro
ano, utilizei o Colab para participar em projetos com os quais lucrava e
pagava as contas. Com o crescimento do Colab, já não tenho tempo para
trabalhar em projetos extra, que me permitam retirar rendimento, e por
essa razão estamos numa fase de desenvolvimento, para conseguir
trabalhar a tempo inteiro para o Colab e ser pago por essas tarefas",
adianta. Pedro é casado com a finlandesa Riikka (que também tem projetos
no Colab) e têm quatro filhos pequenos, cuja educação é assegurada
pelos pais (em home schooling, ou escola em casa, que é permitido em
Portugal) e que os acompanham nas tarefas diárias no Colab.
Inês
Fouto, 35 anos, é outra das empreendedoras que faz parte da equipa do
Colab. Licenciada em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema de
Lisboa, fez também Engenharia do Ambiente na Universidade Nova.
Desenvolveu um kit portátil de teatro que permite encenar uma peça em
qualquer lado. A Mala de Cenas, como o nome indica, consiste numa mala
com vários acessórios, como fantoches, livros ou figuras de sombra.
No
Colab conseguiu recursos financeiros e teve a ajuda de vários artistas
para desenvolver o produto, desde a pintura à cerâmica, aos figurinos,
escrita do guião de teatro para fantoches, design gráfico e marca do
produto. "Sem estes recursos levaria muito mais tempo para conceber a
Mala de Cenas e teria de ter dinheiro para o fazer", refere Inês,
acrescentando que "esta promoção do encontro entre pessoas é muito
importante, pois, por vezes, sozinhos torna-se mais difícil desenvolver
projetos, quer em termos de motivação, quer em termos práticos de
financiamento e de sustentabilidade". A Mala de Cenas está à venda na
loja do Espaço Ó e a atriz e empreendedora também apostou na venda
online de todos os produtos da Cenas Teatro e Companhia.
O
artesão Marco Machado, 44 anos, é outro empreendedor que foi ajudado
pelo Colab. Fez formação profissional de corte manual e industrial de
calçado e herdou do pai e avô o gosto pela arte de sapateiro. Ficou
desempregado em 2013 e decidiu fazer sapatos artesanais e ecológicos. Em
Óbidos aconselham-no a mudar o nome do projeto o que não foi "muito
pacífico", recorda, de 'estreMMenhas' (ligação à Estremadura, já que
Marco é natural das Caldas da Rainha, e às iniciais do seu nome) para
Foot Zero. Depressa reconheceu que a mudança fazia todo o sentido,
porque o novo nome fazia "uma ponte interessante com pegada zero ou
ecológica". Seguiu-se a criação de uma página no Facebook como montra
dos produtos e da marca. "A importância do Colab na Foot Zero foi mesmo a
divulgação, que passou a ser feita não por uma pessoa só, mas por
várias, incluindo a autarquia local, fazendo chegar a informação a
outros mercados que ainda não tinham sido alcançados", resume o artesão.
Ainda não conseguiu criar o seu posto de trabalho com o negócio, que
ainda é um projeto em part-time.
Agora
há outras iniciativas que pretendem replicar o modelo do Colab e que
estão ligadas a este projeto deÓbidos. Situam-se em Lisboa, Marvão,
Penela, Lagos e também na Finlândia. Estes grupos estão ligados através
de plataforma online, que serve para "partilhar o processo de
desenvolvimento dos projetos e ter pessoas de cada grupo a participar
ativamente em vários projetos. Alguns projetos têm membros de vários
grupos como coautores, mas a maioria usufrui da participação informal
[dos vários elementos desta rede]", refere Pedro Reis.