segunda-feira, 13 de junho de 2016

Mas, afinal, o que é isso das startups?

 

1. O que são startups?

E, já agora, scaleups? Procura-se no site do dicionário Priberam a palavra startup (lê-se stàrtâpe...) e fica-se a saber que se trata de uma “empresa ou negócio novo ou em fase de arranque”. Nos escossistemas de empreendedorismo, este anglicismo é associado a empresas inovadoras de grande potencial de crescimento. Por exemplo, não se chama startup a uma empresa que apenas quer abrir um café de bairro. Mas se o projeto for criar uma cadeia de cafés com um conceito inovador já podemos chamar-lhe startup. A maioria está associada à tecnologia digital, mas já existem startups noutras áreas de atividade. Quanto às scaleups, sobre elas o Priberam nada diz. É uma palavra menos ouvida em Portugal que é usada para definir as startups tecnológicas que já angariaram financiamento superior a €1 milhão.

2. As startups são a solução para o desemprego?

“As startups são a melhor solução para o desemprego.” A frase foi dita por João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, ao “Jornal de Negócios” a 20 de maio. Mas o tema não é consensual. Por exemplo, numa recente entrevista ao “Sol” o deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro, que escreveu um livro chamado “A Falácia do Empreendedorismo”, dizia que “com o empreendedorismo obtém-se o Bangladesh e não a Suécia”. Uma visão que parece confundir o simples autoemprego com a criação de empresas inovadoras de crescimento rápido. Os números falam por si: foi na Suécia que nasceu a Spotify, a mais valiosa startup europeia (avaliada em €5 mil milhões) e que já criou perto de 2 mil empregos. E no Reino Unido, o sector das fintech (tecnológicas financeiras) representou em 2015 um volume de negócios de €8,3 mil milhões, empregando 60 mil pessoas.

3. Como quer o Governo incentivar os empreendedores?

Esta semana foi lançada no Porto a Startup Portugal, a Estratégia Nacional de Empreendorismo composta por 15 medidas que visam apoiar os empresários que decidiram criar negócios inovadores. Além de reforçar os instrumentos de financiamento, o Governo cria um sistema fiscal favorável aos empreendedores: vão poder deduzir em sede de IRS até €100 mil investidos numa startup, além da revisão do regime de tributação das mais-valias obtidas através do investimento neste tipo de empresas. Será que vai dinamizar a economia? Para já não mexe nos números do PIB, mas pode dar origem a novas empresas que assumam grande dimensão daqui a poucos anos. E tem o efeito benéfico de atrair investimento estrangeiro e reter talento jovem que de outra forma iria emigrar.

4. Que outras iniciativas estão previstas?

Com esta nova estratégia, o Governo procura tornar Portugal num paraíso para as startups. Isto para que possa tirar partido da Web Summit, no início de novembro. Um megaevento que, durante três dias, torna Lisboa na meca do empreendedorismo mundial porque irá receber 50 mil pessoas de todo o mundo, entre os quais a nata dos investidores de capital de risco, líderes de tecnológicas e a imprensa mundial. Peça importante nesta estratégia foi o lançamento esta semana do Manifesto Português de Startups, uma espécie de magna carta onde estão elencados os desafios e as ações que o país tem que desenvolver para se tornar competitivo no sector. O documento constata que, entre 2010 e 2015, o ecossistema português criou 40 scaleups, que já captaram €146 milhões de capital de risco.

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